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Policial federal é condenado a mais de dois anos de detenção por vazar informações de investigação sobre garimpo ilegal

Um policial federal foi condenado pela Justiça Federal por ter vazado informações sigilosas de uma investigação sobre garimpo ilegal no Sertão de Pernambuco. O Ministério Público Federal (MPF) informou, nesta terça-feira (13), que o acusado foi condenado à perda do cargo público e a dois anos e seis meses de detenção.

De acordo com a denúncia, o escrivão Marcos Henrique Pessanha repassou a envolvidos em crimes informações sobre a Operação Frígia, da Polícia Federal. A ação, realizada em 2020 em Serrita e Verdejante, no Sertão, apurava um esquema de extração ilegal de minérios de ouro e prata. Policiais militares e o vice-prefeito de Serrita foram presos.

No esquema, os criminosos atuavam desde a extração da pedra bruta até a venda do produto a receptadores no Recife e em Juazeiro do Norte (CE).

No processo, consta que Marcos Pessanha mandou áudios por WhatsApp para um dos líderes da quadrilha, alertando que a PF faria uma operação contra o grupo. Ele diz que haveria uma “butada” contra a organização criminosa.

“Estou sabendo do pessoal se deslocando com geólogos, peritos, para fazer levantamento por aí. Se teu pai levar uma ‘butada’, meu velho, não tem para onde correr. É cana, porque, no momento [em] que ficar caracterizado que foi feita retirada, entendeu, de material da região, ele vai ter que dar conta disso tudo. Olhe, vai ser uma dor de cabeça miserável. Diz a ele para ficar esperto com esse negócio, e que corra para poder regularizar esse troço”, diz o policial, em um áudio enviado.

O processo mostra, ainda, que a conduta do policial prejudicou “consideravelmente a fase de investigação” e retardou a deflagração da Operação Frígia. Isso porque, sabendo da operação, membros da quadrilha se reuniram, suspenderam as atividades e desmobilizaram equipamentos, para tentar driblar a polícia.

A condenação foi proferida na quarta-feira (7), pelo Juiz Federal Substituto da 20ª Vara Federal Fábio Bezerra Rodrigues. Ele converteu a prisão em duas penas restritivas de direitos: pagamento de dez salários mínimos e prestação de serviços comunitários uma hora por dia, durante o prazo da condenação.

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