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Brasil tem escalada de crimes de ódio nas escolas, mas prevenção é insuficiente

O Brasil vive uma tendência de escalada de crimes de ódio em escolas. Segundo levantamento do Instituto Sou da Paz, dos 12 ataques de atiradores registrados nos últimos 20 anos em colégios do país, três (25%) ocorreram nos últimos dois meses – em Barreiras (BA), em setembro; em Sobral (CE), em outubro; e em Aracruz (ES), no dia 25 de novembro (relembre todos os crimes no fim da reportagem). No caso mais recente, um adolescente de 16 anos matou quatro pessoas e deixou dez feridos em duas escolas. O suspeito, que foi apreendido, usava uma suástica, símbolo nazista, preso à roupa.

Em Minas, foram ao menos 21 episódios de ataques motivados por ódio contra instituições de ensino entre janeiro e novembro deste ano, conforme levantamento feito pelo Super Notícia, com base em reportagens publicadas no período.

Na terça-feira (29), quatro dias após o massacre de Aracruz, duas unidades de Contagem, na região metropolitana de BH, foram atacadas enquanto estavam fechadas: a Escola Municipal José Silvino Diniz, que teve objetos destruídos e paredes pichadas com palavras e símbolo do nazismo, e a Escola Municipal Professora Maria Martins, onde vidros e câmeras de segurança foram quebrados. A Polícia Civil confirmou que alunos comandaram os ataques.

Apesar dos casos recorrentes, a Polícia Civil afirma não ter números consolidados sobre atentados e ameaças de crimes de ódio em escolas mineiras. O “apagão” de informações deixa educadores e alunos à mercê da violência e inviabiliza ações de prevenção e de segurança.

“É preciso que existam protocolos para coletas de dados. Sem isso, não tem como construir políticas públicas. Precisamos ter informações para que os professores façam uma mediação (de conflitos) na escola e para que articulem com familiares o aumento da vigilância em relação ao comportamento desses adolescentes”, analisa o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani.

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