Politica

Corregedoria de polícia começa a ser cogitada; sem ela, Castro fica sozinho na crise

O governador Claudio Castro sabe que, sozinho, não supera a mais recente crise de segurança no Rio. E que para ter uma parceria efetiva com as forças federais, e até apoio da Camara e Senado, precisará dar um sinal sem ambiguidades de que está disposto a enfrentar a corrupção policial. “A gente ajuda o Rio, mas o Rio tem que se ajudar”, resumiu uma autoridade que esteve com Castro em Brasília.

Por isso, setores do governo já começaram a cogitar a criação de uma corregedoria policial autônoma. A estrutura ainda não está definida e será anunciada simultaneamente com o nome do novo corregedor. Uma fonte do Palácio prevê que não será fácil encontrar alguém com espírito público tão elevado para assumir a missão.

Com a extinção da secretaria de segurança no governo Witzel/Castro a Corregedoria Geral Unificada deixou de existir.

A PM e a Civil ganharam status de secretarias e passaram a ter corregedores subordinados aos chefes da instituição.

Para ter uma ideia da encrenca: o primeiro chefe de polícia escolhido por Castro, delegado Alan Turnowski, era quem nomeava e demitia o corregedor da Civil. Alan foi preso acusado de ligação com a máfia do bicho. Uma Corregedoria externa teria, em tese, autonomia para investigar Allan. Na Corregedoria da Polícia Civil, o subordinado teria que investigar o chefe, que poderia removê-lo do cargo a qualquer momento.

Por isso, especialistas recomendam que o corregedor, além de ter autonomia em relação às polícias, tenha mandato. É preciso vontade política e firmeza.

No início do mês, em entrevista ao Estúdio I, da Globonews, o governador Cláudio Castro se disse satisfeito com a estrutura atual e que até recebia reclamações do rigor com que as corregedorias agiam.

Depois disso, a Polícia Federal prendeu duas quadrilhas de policiais civis que apreendiam drogas para revender. Uma delas usava o prédio da Cidade da Polícia – estrutura que reúne a elite da instituição- para cometer o crime. Nos dois casos, a Federal fez o papel que caberia à Corregedoria.

Isso não significa que a PM e a Polícia Civil se transformaram em facções criminosas. Significa que o bons policiais – a maioria – estão sem ferramentas para combater a banda podre. Além disso, precisam de um sinal de que terão respaldo político. Esse sinal tem que vir do Palácio Guanabara. A Corregedoria seria o primeiro passo.

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