De acordo com o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, a economia circular está deixando de ser apenas um conceito e se consolidando como um modelo econômico viável, competitivo e cada vez mais presente no Brasil. Ao propor o redesenho dos sistemas produtivos para eliminar o desperdício, reaproveitar materiais e regenerar recursos naturais, a economia circular rompe com o modelo linear tradicional de “extrair, produzir, descartar”, trazendo benefícios ambientais, sociais e econômicos.
No Brasil, esse movimento vem ganhando força não apenas por razões ecológicas, mas também por oportunidades de inovação, redução de custos e criação de novos mercados. Empresas, governos e organizações da sociedade civil estão incorporando os princípios da circularidade em diferentes setores — da indústria ao agronegócio, passando pelo varejo, pela construção civil e pela gestão de resíduos sólidos.
O que é economia circular e como ela se aplica
A economia circular é um sistema que visa manter os recursos em uso pelo maior tempo possível, extraindo seu valor máximo enquanto estão em operação e recuperando e regenerando produtos e materiais ao final de cada ciclo de vida. Em vez de simplesmente descartar, busca-se reparar, reutilizar, reciclar e transformar resíduos em novos insumos para outras cadeias produtivas.

Fernando Trabach Filho aponta que esse modelo exige uma mudança cultural e estrutural nas empresas: desde o design de produtos até os processos logísticos e a relação com o consumidor. Ao considerar o ciclo de vida completo de cada item, a economia circular promove um pensamento sistêmico que alinha competitividade com responsabilidade ambiental.
Iniciativas circulares em crescimento no Brasil
Nos últimos anos, diversas iniciativas de economia circular ganharam destaque no Brasil. Setores como o de embalagens, alimentos, móveis e moda vêm incorporando práticas como logística reversa, reutilização de materiais e desenvolvimento de produtos modulares e duráveis. Grandes marcas já investem em programas de coleta, reuso e reaproveitamento de resíduos pós-consumo.
Assim como frisa Fernando Trabach Filho, também há crescimento expressivo de startups circulares que atuam com tecnologia verde, compartilhamento de recursos, economia colaborativa e soluções baseadas em resíduos. O setor de construção, por exemplo, vem adotando práticas como uso de insumos reciclados, demolições seletivas e reaproveitamento de água, reduzindo drasticamente os impactos ambientais das obras.
Outro destaque é a transformação de resíduos orgânicos e industriais em energia, como no caso da produção de biogás e compostagem de resíduos alimentares, promovendo ciclos energéticos fechados e redução do uso de aterros sanitários.
Vantagens econômicas e ambientais da circularidade
Os benefícios da economia circular vão muito além da preservação ambiental. Empresas que adotam práticas circulares reduzem custos operacionais, aumentam a eficiência no uso de recursos, inovam em produtos e serviços, e fortalecem sua imagem perante consumidores cada vez mais conscientes.
Fernando Trabach Filho demonstra que a circularidade também impulsiona a geração de empregos verdes, estimula o empreendedorismo local e fortalece cadeias produtivas regionais. Ao promover a descentralização da produção e o reaproveitamento de resíduos, o modelo contribui para a inclusão social e para o desenvolvimento sustentável de comunidades.
Do ponto de vista ambiental, a economia circular contribui para a redução das emissões de carbono, minimiza a extração de matérias-primas virgens e combate o problema crônico da poluição, especialmente em centros urbanos.
Políticas públicas e marcos legais em evolução
O avanço da economia circular no Brasil também depende do fortalecimento de políticas públicas e regulamentações que incentivem a adoção do modelo. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo, já prevê a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a obrigatoriedade da logística reversa em alguns setores.
Assim como destaca Fernando Trabach Filho, é essencial ampliar incentivos fiscais, linhas de crédito e programas de fomento à inovação voltados à circularidade, especialmente para pequenas e médias empresas. A criação de marcos legais específicos para setores estratégicos e a articulação entre esferas federais, estaduais e municipais também são fundamentais para consolidar o modelo em larga escala.
O Brasil como referência em economia circular na América Latina
O Brasil reúne condições únicas para liderar a economia circular na América Latina: grande diversidade de biomas, base industrial consolidada, capacidade de inovação tecnológica e ampla geração de resíduos que podem ser transformados em recursos. Iniciativas como a criação de hubs de inovação circular, certificações ambientais e alianças multissetoriais vêm consolidando o país como referência regional nesse tema.
Fernando Trabach Filho conclui que a economia circular é mais do que uma tendência — é uma necessidade estratégica diante dos limites ambientais e das exigências de competitividade global. Ao adotar esse modelo, o Brasil avança em direção a um futuro mais resiliente, inclusivo e alinhado aos princípios do desenvolvimento sustentável.
Autor: Thompson Wood