Carlos Veiga Filho, um professor de teatro de 61 anos, foi preso após denúncias de abuso sexual que remontam a 1995. Ele lecionou por 17 anos no Colégio Rio Branco, uma das instituições mais tradicionais de São Paulo, onde os relatos de suas ações abusivas começaram a surgir. Os ex-alunos afirmam que o professor pedia que se despisse e os fotografava nus, além de tocar em seus órgãos genitais.
Os relatos de abuso são consistentes entre os ex-alunos. Um deles, Cesar Resende, hoje advogado, compartilhou que durante as aulas, Veiga fazia discursos sobre bondade e pedia que os alunos se despisse para se pintarem com guache. Ele recorda que, em excursões escolares, o professor realizava rituais que envolviam o silêncio e a nudez, onde os alunos eram fotografados enquanto se pintavam.
Após ser demitido do Colégio Rio Branco em 2003, Carlos Veiga se mudou para Serra Negra, onde continuou a dar aulas e organizar acampamentos, sem enfrentar as consequências de suas ações passadas. No entanto, em 2023, três alunos da escola Libere Vivere denunciaram Veiga, levando a uma investigação que revelou que ele continuava a usar o mesmo método de abuso.
As investigações revelaram que Veiga não apenas tirava fotos de alunos nus, mas também tocava em suas partes íntimas. Em abril de 2024, a Justiça decretou sua prisão, mas ele foi encontrado apenas em julho, a 115 km de distância, em Hortolândia. Ele enfrenta acusações de estupro de vulnerável e produção de imagens pornográficas de adolescentes.
O Fantástico entrevistou 30 pessoas sobre os abusos no Colégio Rio Branco, e 22 delas se identificaram como vítimas de Carlos Veiga. Os responsáveis pela escola expressaram repulsa por suas ações e afirmaram que compartilham do sentimento coletivo de indignação.
A defesa de Carlos Veiga Filho, por sua vez, alega que a verdade será provada e que o professor é inocente. O caso levanta questões sérias sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes educacionais e a necessidade de medidas rigorosas para prevenir abusos.
Este caso é um lembrete sombrio da importância de ouvir e acreditar nas vítimas, além de reforçar a necessidade de um sistema educacional seguro e responsável. A sociedade deve permanecer vigilante e apoiar as vítimas de abuso, garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados por suas ações.
A história de Carlos Veiga Filho é um alerta sobre os perigos que podem existir em instituições educacionais e a importância de um ambiente seguro para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.